“É apenas um trabalho que exige nudez”, revela autora de nova série

A dramaturga e roteirista Katori Hall, uma das principais vozes jovens americanas, cresceu indo a clubes de striptease em Memphis, no Tennessee, onde nasceu há 39 anos, e em outras cidades dos Estados Unidos. Até a um chá de bebê num desses espaços ela foi. “Era excitante, mas via tudo sob um olhar masculino”, diz ela. Katori, porém, sempre admirou as acrobacias malucas das dançarinas. Anos mais tarde, resolveu tentar uma aula de pole dancing. Passou mal. E foi aí que decidiu que teria de saber a razão pela qual aquelas mulheres faziam esse trabalho tão duro.

O resultado das entrevistas com mais de 40 strippers foi a peça “Pussy Valley”, que, ela mesma admite, não deu conta de fazer jus à vivência rica daquelas mulheres. A peça então virou a série “P-Valley”, que acaba de entrar no ar na plataforma de streaming Starzplay, com um novo episódio a cada domingo —e que foi recebida com entusiasmo geral pelos críticos. O tom é realista, de tal maneira que quase dá para sentir o cheiro dos lugares. Com passagens por três das instituições mais prestigiosas dos Estados Unidos —Columbia, Harvard e Juilliard—, a dramaturga também foi a escolhida por Tina Turner para fazer um musical sobre sua vida e carreira.